Ermida de São Sebastião

Ano de Construção: Séc. XVI

Reabilitação: 2009

Características Gerais | Nota Histórica: Situa-se na confluência das ruas dos Espatários, Capitão Leitão e Dr. Julião de Campos. As primeiras notícias sobre a sua existência datam de 1587 e de 1669, esta última, atribuída a Frei Agostinho, refere a colocação da imagem da Senhora dos Prazeres, doada por gentes de Lisboa. No início do século XVIII uma provisão régia determina a pertença deste edifício ao povo de Almada, e não ao Patriarcado. Sofre uma reconstrução total, com aproveitamento dos mesmos materiais usados no século XVII, exceptuando a escada em caracol, que manteve o traço inicial.
Em 1733, ano em que terão terminado as obras, lavrou-se o auto que perpetua a pertença da Igreja ao povo de Almada, inserindo-se para esse efeito uma lápide junto ao altar-mor. O terramoto de 1755 teve consequências devastadoras na estrutura da Ermida. As obras de reconstrução terão sido iniciadas aproximadamente duas décadas após o acontecimento.
No século XIX, a actual Ermida serviu para usos vários (habitação e até taberna), tendo a propriedade sido vendida em 1904. Em 1993 foi adquirida pela Câmara Municipal de Almada. Em 2009, após uma obra de reabilitação, foi devolvida ao culto e à população de Almada.


CONCERTO

15 de Outubro de 2011 | 19.00 Horas 

A Mulher, a Palavra e a Música

O acesso às letras e as artes estava vedado à maioria das mulheres setecentistas, sob as quais pesava uma forte tradição popular e religiosa. Eram muitas vezes forçadas para uma vida de clausura, se a fortuna familiar não chegasse para fornecer um dote conveniente à sua posição social, ou quando as suas inclinações amorosas não eram consideradas convenientes. 
Era pois no interior das muralhas dos conventos, longe dos olhares estranhos, que a estas se permitia, muitas vezes sob a forma de “prémio” ou consolação, uma “voz” na escrita, na música ou noutra arte qualquer.

É precisamente este universo feminino, repleto de ambiguidades provenientes da dificuldade em cumprir o recato, a vida abnegada de oração e de retiro do mundo, e na perpetuação de alguns luxos mais próprios da vida secular, como o uso de peças de vestuário e de jóias, a violação da clausura, a posse de animais de estimação, a representação de comédias e até o comércio de doces, que se pretende desvendar com este recital.
Suzana Silva
Programa
António da Silva Leite (1759-1833)
Antoine Forqueray (1671-1745)
Carlos Seixas (1704-1742)
Domenico Scarlatti (1685-1757)
Giacomo Carissimi (1605-1674)
Hildegard von Bingen (1098-1179)
Padre António Soler (1729 – 1783)
     Sonatas para Cravo solo e outras obras para Cravo e Canto

Hildegard von Bingen (1098-1179)
Soror Mariana Alcoforado (1640-1723)
Soror Madalena da Gloria (1672-?)
Soror Maria do Céu (1658-1753)
Soror Violante do Céu (1602-1693)
     Rimas, Sonetos, Cartas e outros textos

Intérpretes
Ana Mafalda Castro (Cravo) | Magna Ferreira (Vozes)